segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Hotel Águas de Radium

Hotel Águas de Radium


No início do século XX, Don Rodrigo, um conde espanhol terá curado a sua filha nesta região de uma grave doença de pele. Mais tarde, após tamanho feito mandou edificar este hotel termal, que hoje apenas podemos observar e fotografar as ruínas. 

Quando Don Rodrigo chegou ao local, não percebia o porquê das águas termais da região serem tão conhecidas como milagrosas, mas mais tarde, descobriu-se que as propriedades benéficas destas águas seria o elevado teor de radioatividade.

O local, ficou tão conhecido que acreditava-se que poderia curar qualquer tipo de doença. Foi sem sombra de dúvida o auge deste hotel. Para além dos banhos termais, também se começaram a realizar aplicação de lamas, compressas elétricas radioativas e lavagem do cólon. 

A água era tão procurada que inclusive vendiam água engarrafada nas farmácias e ainda era exportada. 

Até 1940, as águas eram recomendadas para tratar uma série de problemas, como gastrointestinais, hipertensão, problemas de pele e problemas de rins. 

Foi com a II Guerra Mundial e com os conhecimentos mais avançados que descobriram os malefícios da radioatividade e a partir daí nunca mais ninguém quis saber das termas nem do hotel. Quando abriu falência o gerente do espaço levou tudo de mais valor, inclusive as tubagens de metal para depois vender.

Sabemos que o complexo termal foi leiloado em Lisboa, e comprado por Ramiro Lopes, residente na Panasqueira, que em 2000 o vendeu ao seu irmão António Lopes, que tinha um plano bastante ambicioso para o local. Reconstruir o local, construir um campo de golfe, dois aldeamentos turísticos e 146 Villas seria parte dos seus planos.

O projeto foi aprovado, mas nada foi realizado. 

O Hotel Serra da Pena há mais de 60 anos que é apenas ruínas.  
 
 






























Por: Hugo Santos 

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Casa do Brasileiro


Casa do Brasileiro 


Num dia apenas destinado aos abandonados fui visitar esta belíssima moradia. Com o consentimento e autorização do seu proprietário, sem qualquer tipo de imposição, mas com um conselho no ouvido de um homem que conhece aquele local como ninguém, e as palavras foram as seguintes, tenha cuidado o chão está muito estragado e pode cair, peço que ao sair me chame para estar mais descansado.
Antes de começar a falar deste belíssimo exemplar de uma casa brasileira quero agradecer ao proprietário por me ter permitido a entrada no local.  


Adolfo Bentes, adquiriu esta casa a outro brasileiro e todo um património que ainda hoje à família pertence.
Este tipo de construções existiram um pouco por todo país, mas a zona norte, foi o local predominante deste tipo de moradias. 
Conhecidas como casas brasileiras, distinguiam-se na sua traça pela combinação de diversas influências estilísticas, eram uma mistura da casa colonial victoriana, com traços afrancesados, passando pelo revivalismo italiano e terminando em aspirações palacianas. 
Estas construções eram na altura uma distorção da elegância e da cultura Europeia, embora hoje sejam bastante apreciadas eram na altura depreciadas e até mesmo criticadas pela sociedade conservadora.  


Esta "Maison" e como a maioria, foi revestida com azulejos onde predominavam as cores Brasileiras, não faltando os tradicionais ornamentos de metais forjados ou fundidos, as cantarias e as estátuas de louça, espalhadas pelo jardim. 


O seu interior, era ricamente decorado com pinturas frescas, marmoreados e papéis de parede que davam um certo charme às divisões. Foi utilizada madeira nobre e exótica nos soalhos, vigamentos, revestimentos e escadarias, as portas com almofadas e as cores exuberantes transpareciam esplendor.


Toda a envolvência da moradia era marcada pela presença de vegetação exótica, oriunda do Brasil, tornando assim um jardim diferente do normal, e onde não poderiam faltar as palmeiras, rainhas destes espaços. 
O rés do chão da casa era utilizado como lagar e zona de produção agrícola. O restante terreno, era utilizado para a agricultura e para acomodar os animais. 




























   
Por: Hugo Santos

Casa do Caçador - O museu da Caça

 Casa do Caçador  Tudo começou no dia 19 de Fevereiro. Embarcávamos talvez, na maior experiência de abandonados que já tínhamos vivido.   Nó...