Casa do Caçador
Tudo começou no dia 19 de Fevereiro. Embarcávamos talvez, na maior experiência de abandonados que já tínhamos vivido.
Nós e mais dois amigos que já tinham percorrido umas valentes centenas de quilômetros, partimos países fora à procura do esquecido. Foi, talvez no penúltimo dia de aventura quando demos de caras com esta pequena relíquia.
Nada fazia crer que no meio de uma montanha cheia de árvores e cascatas, mas despida de qualquer vizinhança iríamos achar este mini museu de caça.
Deveriam ser por volta das 09h30 quando entramos neste lugar e ficamos completamente fascinados com o seu interior, nem acreditávamos naquilo que estávamos a ver.
Primeiramente começamos por explorar a casa e só depois é que o começamos a fotografar. Eram dezenas de animais embalsamados, uma cozinha completamente diferente do comum, fotografias carregadas de memórias e um silêncio que se tornava até constrangedor.
Foram várias as horas que lá estivemos dentro, e na realidade acho que ficaríamos mais umas quantas para tentar fotografar todos os detalhes daquele lugar. Ainda hoje, quando vejo as fotografias sinto vários arrepios pelo seu ar tão furtivo e secreto, foi sem dúvida um excelente achado.
Pelos documentos e fotografias deixadas, o seu proprietário seria um caçador bastante conhecido e que gostava de embalsamar as suas presas para se vangloriar e exibir.
Com o passar dos anos e já com a sua idade avançar para a velhice este homem ficou doente e em 2016 acabou por falecer deixando um vasto património de caça e de prémios que ganhou durante vários anos.
Infelizmente, os seus herdeiros talvez por razões de partilhas, de distância ou até mesmo por desinteresse deixaram de visitar a sua antiga casa deixando-a completamente abandonada.
Por: Hugo Santos